Qualidade X Qualificação
O cenário do setor energético é desafiador, mas ainda mais é a falta de qualificação profissional nesta área.
Coloque em foco o seguinte cenário: crise econômica e, consequentemente, baixa demanda pelo principal insumo do seu setor, seca na região onde está localizado o reservatório que constitui 61,2% da matriz brasileira e leilões para projetos de cancelamento de usinas com energias renováveis.
Em contrapartida, no ano de 2016 – que foi o início de todo este quadro crítico – foram instaladas mais de 80 usinas eólicas que geraram mais de 30 mil postos de trabalho, recebendo um investimento que recolocou o país na lista dos que mais investem em energias renováveis no mundo. Em 2017 estas fontes corresponderam a um total de 43,8% na matriz energética do Brasil.
Ou seja, investir em energias sustentáveis no país não é um problema, e, apesar de muitos especialistas apontarem dificuldades em relação ao financiamento para novos projetos de parques, a principal demanda é de mão de obra qualificada principalmente para manutenção e instalação de geradores – uma vez que as estruturas de manutenção de operação permanecem ativas mesmo sem novos negócios no setor.
Mesmo que haja um movimento nos últimos anos para formar profissionais na área, os principais polos onde estão localizadas empresas do setor de energia carecem de profissionais qualificados. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que até o ano de 2026 sejam gerados 200 mil novos empregos diretos e indiretos para o setor de energia eólica, o que exemplifica a necessidade de qualificação para este mercado.
Para ilustrar a grande demanda, só na fase de projeto, por exemplo, são necessários 11 tipos de profissionais e, entre manufatura, construção e operação são mais de 34 especializações diferentes. Ou seja, se especializar na área, independente do grau de formação – e principalmente nos mais altos, é a chance de ser bem alocado em um mercado de trabalho que tem grandes expectativas de crescimento no Brasil.